Roteiro 6 meses

(em ordem e separado por estados)

QUINTANA ROO:
  • 1. Holbox (1 mês – voluntariando)
  • 2. Tulum (2 semanas – voluntariando)
  • 3. Valladolid (4 dias)
  • 4. Cancun (2 dias)
  • 5. Puerto Morelos (2 semanas – casa de amigos)
CHIAPAS:
  • 6. Palenque (4 dias)
  • 7. San Cristobal de las Casas (4 dias)
OAXACA:
  • 8. Puerto Escondido (1 mes – voluntariando)
  • 9. Mazunte (2 dias)
  • 10. San Jose del Pacifico (3 dias)
  • 11. Zipolite (1 mes – voluntariando)
NAYARIT:
DF:
SAN LUIS POTOSÍ:
CHIAPAS:

Roteiro Detalhado

Decidi ir pro Mexico em dezembro de 2020, depois de 9 meses sem sair da Espanha por conta da pandemia. 

Em julho entrei com o meu pedido do Paro, que na Espanha é o equivalente ao seguro desemprego. Eu teria 6 meses recebendo esse recurso, mas a espera estava enorme e os telefones pra qualquer tipo de ajuda estavam saturados pela pandemia, de forma que decidi trabalhar sem contrato (ou seja, ainda apta a receber esse incentivo, já que não constaria no sistema que eu era contratada). 

E assim fiz de julho a novembro, até o dia que abri minha conta e dei de cara com o valor equivalente a 3 mensualidades do Paro. Assim, do nada! 

Não deu outra, no mesmo dia passei a pesquisar lugares que não tinham fechado a fronteira. Pesquisa vai, pesquisa vem acabei me deparando com o México que acabou sendo, durante quase toda a pandemia, um dos únicos países com poucas restrições de entrada.

Na mesma semana comprei minha passagem só de ida pro que eu pensei que seriam 3 meses e acabaram sendo 1 ano e meio – e 3 países.

Para entender meu roteiro no Mexico, tem que levar em consideração que eu voluntariei – ou seja, troquei trabalho por acomodação e comida – em 4 lugares diferentes que acabaram prolongando minhas estadias. 

Eu recomendo muito esse tipo de experiencia pra quem tem mais tempo, pela maior integração na comunidade e nos hábitos locais.

Vamos lá…

Eu comecei minha viagem no dia 15/12 e fui direto pra HOLBOX – guardem esse nome, porque esse lugar é um paraíso completo!

Fiquei 1 mês completo voluntariando por lá e me apaixonei completamente! E não sozinha: a amiga que foi comigo pro Mexico acabou ficando por lá mesmo, onde morou por 5 meses!

Voluntariamos no hostel mais famoso da ilha, o Tribu. O ambiente é incrível e nossa função era trabalhar no bar, lavanderia e às vezes levar os hospedes para passeios pela ilha. Trabalhávamos 5 dias por semana, 5 horas por dia e em troca tínhamos estadia grátis (comida não, nesse caso). Foi maravilhoso!

Hostel Tribu

A ilha é super movimentada, tem muitas festas e coisas pra fazer. Muitos jovens que acabaram ficando pra morar por la, a vida é tranquila mas não tem espaço pro tédio!

1 mês depois, eu havia combinado com um Hostel em Tulum de voluntariar por lá, em troca de uma cama e café da manhã grátis. Como minha amiga tinha decidido não seguir viagem comigo, eu acabei indo com outra amiga que conheci por lá, uma espanhola que acabou me acompanhando na estrada por quase 4 meses.

Em Tulum voluntariei 2 semanas, supostamente eu cuidaria do bar e ela da recepção, mas o bar acabou sendo um fracasso total e resultou que eu só trabalhei 2 dias em toda minha estadia.

Com o hype que Tulum ganhou nos últimos anos, você já deve ter visto fotos de como esse lugar é maravilhoso! Realmente tem MUITAS coisas pra fazer pela Riviera Maya.

México solteira sem se apaixonar não seria o Mexico e o único jeito de largar tudo em Tulum e ir embora foi por ter conhecido alguém. Fomos juntos pra Valladolid, onde ficamos explorando cenotes por 4 dias.

Ele foi embora e eu decidi ir pra Puerto Morelos, na casa de uns amigos que conheci no voluntariado de Tulum, onde reencontrei minha amiga espanhola. O plano era ficar uns dias atê decidir o que fazer, mas acabamos ficando 2 semanas em 5 pessoas na casa, esperando por um festival de psytrance, para o qual vieram mais umas 7 pessoas. Já estávamos dormindo no chão por falta de lugar quando eu decidi que ia tomar meu rumo pra Puerto Escondido, em Oaxaca, onde tinham aceitado eu e essa amiga pra outro voluntariado.

Fomos eu, 2 espanholas e 1 chileno. Por ser muito longe por terra, o caminho deveria ser feito por partes. Conseguimos um ônibus super barato de Puerto Morelos a Palenque (Chiapas) por 350 pesos mexicanos, saiba mais aqui.

Chiapas é um estado Mexicano com bastante traços indígenas, turístico, mas muito menos explorado que Quintana Roo. Também é conhecido como o estado mais barato de todo o pais. Lá, você pode facilmente encontrar tacos de rua por 3 pesos mexicanos e as estadias compartidas não passam dos 100mx por noite.

Como Palenque não tem um centro turístico, os viajantes acabam se hospedando no El Pachan, que é um tipo de Hostel com cabanas compartidas ou individuais, no meio da selva. O lugar é muito lindo mesmo, perto da zona arqueológica e de la é bem fácil conseguir carona, passeios fechados ou coletivos (meio de transporte publico utilizado muito no Mexico) para as cachoeiras. Nós acabamos alugando um Airbnb porque nos sairia mais barato por sermos 4 pessoas, e acabamos fechando um tour por 200 pesos mexicanos que nos levaria pra cachoeira de Pedro Barros por 3 horas e depois nos deixaria em San Cristobal, uma cidadezinha super linda e visitada a 4 horas dali.

San Cristobal de las Casas está nas montanhas de Chiapas, sendo assim mais frio que a costa e é marcado por construções estilo espanhol colonial. 

O melhor que a cidade oferece são os preços super baixos, então eu recomendo passear pelas ruazinhas e explorar as muitas opções de cafés e restaurantes. La fiz meu segundo e ultimo tour em 6 meses de viagem e valeu muito a pena! Por 200 pesos, fomos ao Canion del Sumidero, en Tuxla, que atinge até 1000M de altura.

No ultimo dia por lá, o chileno e uma das meninas resolveram ficar voluntariando e fomos só eu e a espanhola pra Puerto. A maneira mais barata era pegarmos 3 ônibus durante a noite. Primeiro fomos pra Tuxla, de la pegamos outro ônibus a Salina Cruz, e de la o ultimo a Puerto Escondido, onde nos buscou nosso “chefe” do voluntariado.

A proposta era diferente dos últimos. Moraríamos na mesma casa que o dono do restaurante, onde fizemos um quarto em um dos ambientes, e trabalharíamos como garçonetes num cowork que funcionava pela manhã. Cada uma trabalharia 3 dias por semana, das 8h as 14h30. 

Éramos as segundas voluntarias a ir pra lá e ele não tinha exatamente um planejamento pra nós, de forma que fomos decidindo as coisas conforme foram fluindo, e amamos! Por ter um restaurante japonês, passamos a vender sushi na praia no por do sol com uma comissão de 20% e direito a comer lá gratis depois do turno. 

Nosso local de trabalho era de frente pro mar e funcionava de bar a partir das 16h, assim, também ganhávamos drinks gratis nas festas e acabamos nos integrando bastante no grupo dos restaurantes.

Depois de 5 semanas vivendo um sonho, chegou outra voluntaria e era hora de irnos… antes do nosso próximo voluntariado em Zipolite, decidimos ir a San Jose del Pacifico e Mazunte, dois lugares hippies e maravilhosos. San Jose é conhecido pelos cogumelos, pelo frio e pela calmaria entre as altas montanhas, enquanto Mazunte fica de frente pra praia. Recomendo se hospedar no La Cumbre.

De la, fomos pro que seria meu ultimo voluntariado no México, em Zipolite. Nos dariam uma barraca e as 3 refeições diarias em troca de tocar o restaurante vegetariano pé na areia. A cozinheira vinha pelas manhãs e deixava o mise en place preparado, e nos terminávamos de cozinhar e montar os pratos/drinks. Também ficávamos ajudando quando o camping fazia festas a noite.

Pra quem nao sabe, Zipolite é um pueblo nudista, e muita gente vinha pra festas ou pra comer pelado mesmo. 

Foi uma experiencia muito muito muito maravilhosa, mas os 4 meses de convivência diária acabaram levando a decisão de voltar a Tulum encontrar duas amigas e depois seguir viagem a Nayarit com uma delas.

Voamos a Puerto Vallarta e de lá pegamos um ônibus direto a Sayulita, onde passamos 4 dias. A vibe é bem mais americanizada, por ser localizado mais no norte, com muita festa e bebedeira. A praia não é tão bonita e no quinto dia já estávamos cansadas de festa e decidimos nos jogar pra natureza. Pegamos um bus pra San Pancho, a 12 km dali, onde ficamos por 10 dias, numa vilinha com piscina a 100 pesos mexicanos diarios por pessoa, o que descobrimos mais tarde que foi um ótimo preço pela região – que já é mais cara que Oaxaca. San Pancho foi lindo e tranquilo, ótimo pra descansar, não fosse minha barriga que vinha doendo há dias. Mas como nada acontece por acaso, conhecemos um sueco muito sábio que com pouca conversa me disse que eu com certeza tinha verme e, assim, depois de sofrer por 2 semanas, me livrei do meu parasita com um bom vermífugo.

Faltava só alguns dias para irmos a cidade do Mexico, onde encontraríamos outros amigos e aquele amor que eu tinha conhecido láaaa no comecinho da viagem, então decidimos pegar um Blabla Car até Guadalajara, onde um amigo dessa minha amiga nos hospedou por 2 dias e de la pegamos outro Blabla Car a cidade do méxico, veja os preços aqui

Ficamos 1 semana na cidade, onde visitamos as ruinas de Tehotihacan e o museu da antropologia, que sao dois programas imperdíveis pra se fazer por lá.

Últimas semanas do Mexico e ainda faltava 1 lugar que eu queria MUITO ir, então alugamos um carro fomos rumo ao norte, onde passamos 10 dias entre a Huasteca Potosina e o deserto. A Huasteca é uma área que engloba mais de um estado, onde se encontra centenas de cachoeiras de águas cristalinas. O lugar tem bastante turistas mexicanos, mas poucos estrangeiros. De lá, subimos a Real de Catorce, o deserto mexicano, onde tomamos peyote. Conto um pouco mais dessas experiencias aqui

Voltamos para devolver o carro na cidade do Mexico, onde me despedi dos meus amigos. O plano agora era descer até a Guatemala por terra. Pegamos um ônibus de 30 horas até o ponto mais sul de Chiapas, Comitan del Domingues, a ultima cidade que visitei no Mexico. De la, visitei a cachoeira el Chiflon e os lagos de Montebello, que ja fazem fronteira com Guatemala. Depois de 5 dias por la, nos despedindo do Mexico, era hora de cruzar a fronteira.