TEXTOS

Viajar me libertou!

Frequentemente chego em um lugar novo onde ninguém me conhece e tenho a oportunidade de ser quem quer que seja. Mas mesmo assim, a cada uma dessas oportunidades, eu ainda escolho ser eu! Mesmo que a gente queira ser o que não é, não vai. A gente é o que é. Tem quem goste, quem não. E tá tudo bem. Tanta gente faz o que eu faço e, ainda assim, só eu sei fazer desse jeitinho que eu faço! Não significa que faço melhor ou pior do que ninguém. Simplesmente é meu jeito de fazer, porque eu sou eu.

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Conexão com o todo

A conexão com o todo é a minha busca mais intensa. Se sentir parte, se rodear de pessoas que se importam com o mundo mais do que com o instagram, que vivem de forma genuína e autêntica. Essa é a maneira que eu escolhi viver e tem sido cada vez mais difícil estar em lugares superficiais, onde fotos importam mais que vivências. Trabalho minha raiva porque é o sentimento que vem a tona em momentos onde não me sinto bem. Raramente a tristeza ou a frustração se apoderam de mim. A raiva ainda é o sentimento que me custa

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A viagem segue

Eu vivo uma vida de um dia de cada vez e pouquíssimos planos.  Ainda assim, ambiguamente, sei exatamente o que eu quero.  Às vezes, me pergunto se isso é uma qualidade ou um fardo a carregar. Me pergunto se isso tem influência na maneira que me sinto em relação aos outros, por saber que vou partir. Porque provavelmente, em algum momento, eu sempre vou partir.  Tento não pensar no que poderia ter sido dessas amizades lindas de estrada, que acabaram não tendo tempo pra se tornarem eternas. Menos ainda no que teriam sido dos amores passageiros que vivi mas

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Laços

Com a vida que eu levo, às vezes se torna um desafio não se apegar ao passado. Com tantas conexões rasas e passageiras, tendo a me apoiar em laços já criados quando não consigo me sentir parte do todo – o que pode acontecer nessa jornada sola pelo mundo.  No fim, a vida segue me provando que o tempo é o agente da metamorfose. Internamente ou externamente; cedo ou tarde; tudo muda. Lutar contra isso é um desperdício de energia. Não há nada a se fazer.  É ambíguo esse sentimento de buscar e temer a vida à deriva. Quero

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Não sou cabelo

Cortaram meu cabelo – sem querer – e de repente senti o peso de todas as minhas palavras de protesto contra padrões impostos. Chorei pelo cabelo e segui chorando ao constatar tamanho apego.  -Meu maior medo sou eu –  Não, eu não faço tudo que prego. Ainda sofro por futilidades. Às vezes tenho dificuldade em distinguir o certo do errado. Sou covarde, por enquanto, vou seguir sendo. Minha coragem está cheia de teorias.  Não sou cabelo, nem rosto, nem corpo. Não sou minha beleza, não sou minhas estrias, não sou minha carne. Nem pele, nem pelo, nem ossos. Sou

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Não viaje

Não viaje! Não mesmo. Viajar é perigoso.  Primeiramente e o mais temido dos perigos: voce corre o risco de se viciar no desconhecido. Todo vício é ruim, eles dizem né? Viver muito, conhecer muito, compartilhar muito… devem ser vícios terríveis.  Depois, também tem o grande risco de nunca mais voltar. Imagina que perigo, viver sem ataduras, fazer do mundo seu lar e se sentir em casa em todos os lugares e ao mesmo tempo em lugar nenhum. Não ver os mesmos rostos, muda  constantemente de paisagem, pode ser perigosíssimo. Você corre o risco de viver tanta mudança interna que

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Índia

Aos 26 anos já tive a oportunidade de ir a vários países, mas nunca entendi quando me questionavam qual o meu preferido. Cada um sempre me pareceu especial de sua maneira. Isso foi antes de vir a Índia. Eu sempre soube que seria diferente de tudo, mas achei que isso só se aplicava ao contexto geral do mundo. Não imaginava que se aplicaria, também, ao meu contexto pessoal.  A Índia é única e me conquistou a passos lentos. Nas primeiras semanas, estranhei. Depois, gostei. Hoje, amo esse país!  Provei tantas comidas de rua que não sei o nome e

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Espelho

Passar meses sem espelho tem o poder de mudar sua relação com a vaidade da água pro vinho. Mais que isso, pode até te fazer ver a vaidade como ela é: um instrumento do ego e um pilar de existência falho. Falho porque todos nós estamos condenados ao mesmo destino: à velhice e, então, à morte. Esse ultimo já sabemos ser inevitável e costuma nos preocupar menos do que o primeiro, que a indústria tenta nos fazer crer ser opcional e passível de escape.  O mundo é cruel e injusto com qualquer mulher em processo de envelhecimento, como se

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Ser quem é

Eu gostaria de entender a tara de fingir ser quem não é – e pior – muitas vezes apenas FISICAMENTE. Até entendo a influência do ego em se dizer maior que é. Em aumentar historias e aventuras, em se dizer professor de yoga com apenas 1 mes de curso na Índia, em ser coach de crescimento pessoal aos 30 anos de idade, vender curso de espiritualidade na internet a beira do colapso mental e coisas assim… entendo que às vezes o ego nos prega peças e precisamos enganar até a nós mesmos pra nos validar. Agora por favor, alguém

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Coragem

A maior das coragens que me habita não está em pegar trem na Índia sozinha, em pegar carona no México ou andar a noite por aí no Rio de Janeiro. A maior coragem que me habita não é a de andar com minhas próprias pernas, decidir o meu futuro ou passar meses carregando minha mochila. Não, acredito sinceramente que a maior coragem que me habita é a de não agradar todo mundo, de não ser gostada e de não se importar. Convenhamos, nem Jesus agradou todo mundo. Eu com certeza não agrado todo mundo – e nem você. Mas

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Amores

Entre tantas questões, entre a dor e a alegria do autoconhecer, entre buzinhas barulhos e ensinamentos da Mama Índia, a escrita tem sido meu refúgio.  Acredito que eu sempre ansiei pelo momento de inspiração pra exercer essa prática, mas estive muito ocupada… ou assim pensei.  Os amores consumiram boa parte da minha vida e da minha energia e sempre vi isso como algo positivo, sem perceber que aos poucos me afastava de mim.  Tive momentos de desconexão total e fui consciente deles. O preocupante, hoje, é me dar conta de outros momentos, não tao claros, mas que também colocava

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Sem pressa. Com sede.

Não tenho pressa, tenho sede. Não me interessa viajar pra preencher uma lista de lugares, pra tirar uma foto ou pra falar que fui. Não tenho vontade de ficar 3 dias em cada lugar conhecendo os principais pontos turísticos e mudando pro próximo. Alias, depois de 2 anos e meio de mochila e 8 anos de viagem, acho até que é impossivel viver assim. Eu mesma fico de luto umas 5h antes de cada vez que sei que vou ter que carregar minha mochila por mudar de lugar… Eu entendo a pressa, mas não a tenho. Não, sou inimiga

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Mulheres bonitas

Mulheres bonitas Não me intimidam Te vejo, tão bela Meus olhos que são Pra ver-te tão linda Será com razão Do interno pro externo Cansada de culpar O patriarcado Dessa vez, culpo a matemática Que tosca equação Que positivo dobrado Vire negado Beleza no mundo Não tira beleza Multiplica Te vejo tão linda E juntas Mil vezes Mais lindas

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Maha Shivaratri

15:48 de algum dia de fevereiro Pássaros cantando, o pé descalço… dessa vez não por conforto, senão por respeito a esse lago sagrado do qual ninguém se aproxima com sapatos.uma volta inteira ao redor das águas pra limpar o karma, diz o costume… Uma volta. Duas voltas. O som de mantra de um lado, um Baba que está de pé há anos do outro. Jamais se senta, nem pra dormir. E entre os dois, os ganços e as pombas que jazem felizes nesse lugar onde a vida do animal importa algo. Me passam o chillum. Boom. O hash, também

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Metamorfose

Tenho apenas uma certeza: nunca saberei de mimTalvez pela volatilidade das minhas preferênciasPor essa vontade enorme de abraçar o mundo acompanhada de pouco afeto no abraçar ao outroTalvez por essa mania de amar com intensidade e brevidade na mesma proporçãoOu até por essa busca incessante que as vezes se funde e confunde com uma fuga de toda e qualquer realidade Fato é que o desapego te aproxima da metamorfoseDesapegando da segurança, vem a totalidade das possibilidadesDe ser, tambémE o único fator intransitável da metamorfose, é seguir seu curso infinitamentem u d a n d o

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