Minha pele é ato politico

Já mergulhei em águas rasas.

Aceitei elogios futeis de quem só queria meus pedaços. Quase não sobrei pra mim.

Me afoguei em mares turvos de leviandade. Pra te amar, me desamei.

Às vezes uma benção, a tal da beleza. Muitas outras, maldição. Causadora de refluxo por reflexos. Insegurança, mal estar por estar… ou ser.

O desejo indesejado é um constante estado de alerta. Retribuí olhares sem intenção que quase me levaram a minha própria ruína. Gritei com força e me assustei com a falta de voz. É o preço que se paga por trocá-la por um sorriso.

Decidi tirar a nudez da cama e a ela dou vida no balanço das carnes livres. O sol queimando partes tão guardadas, apertadas.

Ah, nada me aperta!

Nem elástico nem laços… somente os imaginários, de pensamentos frívolos acerca o feminino.

Não seria um infiel aquele que vai contra o sagrado? Não em um mundo onde estruturas de concreto com adornos dourados valem mais que vidas.

O corpo jaz dolorido dos capítulos que rasgaram nosso lírico. Minha pele é ato politico.

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