Com a vida que eu levo, às vezes se torna um desafio não se apegar ao passado.
Com tantas conexões rasas e passageiras, tendo a me apoiar em laços já criados quando não consigo me sentir parte do todo – o que pode acontecer nessa jornada sola pelo mundo.
No fim, a vida segue me provando que o tempo é o agente da metamorfose. Internamente ou externamente; cedo ou tarde; tudo muda. Lutar contra isso é um desperdício de energia. Não há nada a se fazer.
É ambíguo esse sentimento de buscar e temer a vida à deriva. Quero soltar todas as cordas que me atam a algum lugar seguro mas ainda assim tenho medo de cortar laços que já se tornaram nós impassíveis de desembaraço.
Ano vai, ano vem e eu sigo nesse processo de aceitação. De entendimento e desprendimento. Eu não tenho todas as respostas; aliás quase nenhuma. Mas estou atenta às mudanças, aos processos e sei que fazem parte do meu caminho.