O amadurecimento sólido tem me afastado de tudo aquilo que é líquido.
É fato que já não me preencho com doses de amor neutro que não nutrem. Com laços meio atados e relações frouxas que se dissipam com os ventos.
Todos conhecemos as rasas relações que compõem a nossa atualidade. Essas que Bauman nomeou de líquidas, por serem, assim como a água, marcadas pela fluidez e pela impermanência. Considero bonito demais o ato de compartilhar a estrada do meu crescimento com os caminhantes das mesmas trilhas e por isso me recuso reduzir esse movimento ao que há de mais raso. A simples conversas pela tela do celular e ao “vamos combinar” que nunca acontece. Claro que esse pensamento se torna ambíguo ao constatar que, ao escolher a vida nômade, a tela do celular se torna, muitas vezes, um acalento à saudade. Mas isso faz parte da solidez, porque mantém acesa a chama do amor. Pra todos aqueles que contribuem pro crescimento compartilhado, aqueles que presenteiam com longas risadas, conversas profundas e trocas genuínas. obrigada! Por me lembrarem que ainda vale mais a pena viver a intensidade que me habita, à maldição da indiferença.