Hoje vim falar de amor

Tanto se fala em liberdade. Tanto se fala em ser.
Hoje não.
Hoje vim falar de amor.
Do poder do sentir.
Porque entre ser muito livre e ser muito eu, entre tantas
autodescobertas e tanto renascer, tive a sensação de
falhar no amor.
Acontece que muitos meses de anestesia acabam por
confundir o nosso profundo. Quando a taça de vinho deixa
de ser um escape pra se tornar pura diversão.
Me acostumei com a frieza e a ela sou grata, pois me fortaleceu. Até porque numa carne viva e numa alma intensa só pode ser essa sua função.
Ainda assim, a vida é mais linda no sentir. No grandioso ato de doar sem esperar.
Permiti que o tempo me mudasse. Foquei em vibrar na frequência do amor e fui recompensada de uma forma que nem imaginava.

Será que eu ainda sou eu? Ou só uma fração daquilo que já morreu?
O amor em essência desconhece o conceito de tempo e até de espaço, mas ainda assim cura. Mantém quente o sangue que corre pelas veias pulsantes. Faz transbordar em intensidade.
A frieza me fez forte.
Mas o amor me faz viva.

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