Eu vivo uma vida de um dia de cada vez e pouquíssimos planos.
Ainda assim, ambiguamente, sei exatamente o que eu quero.
Às vezes, me pergunto se isso é uma qualidade ou um fardo a carregar. Me pergunto se isso tem influência na maneira que me sinto em relação aos outros, por saber que vou partir. Porque provavelmente, em algum momento, eu sempre vou partir.
Tento não pensar no que poderia ter sido dessas amizades lindas de estrada, que acabaram não tendo tempo pra se tornarem eternas. Menos ainda no que teriam sido dos amores passageiros que vivi mas por algumas razões não permiti.
Não, eu acredito que o mundo é pequeno. Que as conexões são fortes. Que o verdadeiro permanece. Não luto contra o fim e não o vejo como um inimigo. Tento ver nele a oportunidade do recomeco ou a afirmação de algo bonito. Me entrego ao processo porque acredito nele.
Na verdade, sei tudo o que deixo pra trás e sinto o preço alto da liberdade nas minhas constantes despedidas.
Mas a viagem segue.
A viagem sempre segue e tem que seguir.